sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O NATAL É PARA TODOS

 
Autor desconhecido 

Personagens: 

Dona Susana Quatro crianças Dona Carlota 
Um idoso pobre Dona Francisca Um moço rico 
Uma mulher 

Cenário: Sala de visitas de D. Susana. Tudo bem limpo e arrumado. Duas portas: uma que dá hipo-teticamente para os fundos da casa e outra para a rua. 

(Quando abre a cortina a o palco está vazio. Ouve-se o tocar dos sinos. D. Susana entra pelas por-ta dos fundos. Pára escutando o som dos sinos. Logo param de bater.) 

Susana: Vésperas de Natal! Mas que sentido tem o Natal para uma pessoa que vive como eu, sozi-nha, sem família, sem amigos. Natal é para as crianças e para quem tem família. Oxalá, passem depressa os feriados de Natal. Um feriado assim, faz-me sentir mais sozinha ainda. (Vai de uma porta para outra chamando:) Bichana! Bichana! (Fecha a porta) Pobre bichana! Foi-se embora esta manhã. Acho que esta casa é triste até para uma gatinha. (Fecha as cortinas da janela com um suspiro) Penso que ninguém gos-ta de olhar para uma casa onde não há as alegrias de Natal. (Senta-se triste, numa cadeira de balanço e começa a tricotar. Batem na porta. Abre e lá está um grupo de 4 crianças – pode-se dar um nome para cada uma delas). 

Criança: Podemos entrar D. Susana? 

Susana: Oh! Sim! Entrem, entrem! 

Criança: Trouxemos uma árvore de Natal! 

Susana: Uma árvore de Natal? Para mim? 

Criança: Nossas mães acharam que a senhora haveria de gostar...
 
Susana: Oh! Sim, como não?(Crianças entram carregando a árvore de Natal) Vou buscar uma lata para colocar a árvore! (Sai) 

Criança: Tenho certeza que uma árvore bonita de Natal traz um pouco mais de alegria e felicidade a D. Susana. 

Criança: Ela parece sentir-se muito só, especialmente no Natal 
Susana: (Voltando com o balde). Encontrei este balde que serve direitinho para colocar a árvore. 

Criança: Podemos colocar a árvore ao lado da janela para que possa ser vista da rua? 

Criança: Mamãe diz que em todas as casas deve haver alguma coisa na janela para indicar que é o Natal. Ela diz que isso ajuda a trazer alegria. 

Susana: (Abrindo as cortinas). Sim, vamos colocá-la na janela. Ela vai contar a todos que por aqui passarem que estamos no Natal. (As crianças e d. Susana enfeitam a árvore, conversam enquanto trabalham). 

Criança: Nós também trouxemos enfeites para sua árvore. Tiramos das árvores de nossas casas. 

Criança: Eu trouxe cordões prateados... 

Criança: Eu trouxe algumas bolas... 

Criança: Eu trouxe algodão prá fazer de conta que é neve... 

Criança: Eu trouxe um pisca-pisca. 

Criança: Nós tínhamos duas estrelas de prata, trouxe então uma para o alto de sua árvore. 

Susana: Vocês foram muito bondosas para mim... 

Criança: Mamãe disse que todo mundo deve poder ser feliz no Natal. 

Criança: É porque o Natal é o aniversário do Menino Jesus. 


Criança: Ele veio para trazer paz na terra e boa vontade entre as pessoas... 

Criança: Podemos cantar um hino de Natal, d. Susana, enquanto arrumamos sua 
árvore? 

Susana: OH, sim! (Crianças cantam uma canção bem conhecida de Natal ou Advento. 


Susana co-meça a cantar também. A sala começa a aparentar um ar festivo. Depois de tudo pronto, Susana e as crianças ficam admirando a árvore). 

Criança: Não está maravilhosa? 

Susana: (Séria) É a árvore mais linda do mundo! Não tenho palavras para agradecer tanta bondade! 

Criança: Agora, penso que podemos ir para casa. Nossas mães nos recomendaram voltar logo. (Dona Susana as acompanha até a volta). 

Susana: (Enquanto elas saem) Um Feliz Natal prá vocês, que Deus abençoe a todos! Todos vocês! 

Crianças: Feliz Natal d. Susana. Feliz Natal! 


Susana: (Consigo mesma). Eu gostaria que as crianças voltassem amanhã, mas, naturalmente, elas querem passar o dia em suas casas... (fecha a porta e admira a árvore). A árvore mais linda do mundo! (Ouve-se uma batida na porta da frente. Susana abre e um idoso andrajoso está lá). O senhor quer en-trar? Venha descansar. 

Idoso: (Entrando e ficando bem visível ao público). Não posso parar para descansar. Eu somente gostaria de lhe dizer que gostei muito de ver sua árvore de Natal pela sua janela. Estive olhando tempo para ela, admirando, parece que senti um bem estar no coração. Eu não tenho ninguém de minha família, o Natal é muito triste para um velho como eu! 

Susana: Se o Sr. esperar, eu preparo uma xícara de café... 
Idoso: Não, obrigado, meu quarto fica longe, do outro lado da cidade. Ando muito devagar, por isso preciso ir caminhando... 

Susana: (Tendo uma idéia) OH! O Sr. que vir amanhã e passar o Natal aqui? Terei café e bolinhos! 

Idoso: Sim, eu virei. Muito agradecido pela bondade. Deus a abençoe por trazer alegria a um pobre velho, no dia do Natal. (Enquanto ele sai, Susana fecha a porta e o telefone toca. Ela atende) 


Susana: Alô! Quem fala? 

Carlota: (Uma voz falando atrás da cortina). Eu sou Carlota, sua vizinha do outro lado da rua. Meu filho Júlio está com o pé machucado. Ele não pode sair por vários meses. Mas eu quero que a senho-ra saiba que ele está encantado com a sua árvore de Natal. Ele está à janela e pode ver bem a sua árvore. Para ele o Natal desta vez não vai ser muito alegre, eu bem sei..
. 
Susana: (Feliz) Oh! Mas a senhora poderia trazer o Júlio aqui amanhã! É pertinho, eu posso lhe a-judar a carregá-lo. Vou fazer uma festa! Teremos bolinhos, leite e outras coisas! 

Carlota: Obrigada, d. Susana. Com muito prazer nós iremos. (Enquanto Susana deixa o fone, ouve-se uma pancada na porta. Ela vai abrir. É uma mulher)
 
Susana: Pois não? O que deseja? Quer entrar? 

Mulher: (Ficando bem visível para o público). Não obrigada, meus seis filhos estão comigo, está na hora de levá-los para casa. Eu queria somente contar-lhe que estivemos admirando sua árvore de Natal este ano. É linda. Nós não podemos fazer uma árvore neste Natal, por isso saímos para ver a cidade en-feitada. 

Susana: (alegremente) Venham todos amanhã, assim poderão curtir um pouco mais a árvore. Que acha? Vamos Ter uma festinha. Teremos bolinhos, leite, sanduíches, chocolate, frutas... 

Mulher: Obrigada minha senhora, faremos o possível para vir. Que Deus a abençoe por nos pro-porcionar um Natal feliz! (Enquanto sai, toca o telefone). 

Susana: Alô? Quem fala? 

Francisca: (falando atrás das cortinas). Aqui fala dona Francisca, do orfanato. Levei hoje as crian-ças para a cidade, para verem as vitrines e as árvores de Natal. Quero dizer-lhe que gostamos imensamen-te da sua. Foi a árvore mais linda que vimos na cidade. 

Susana: Oh! Obrigada! Escuta, a senhora não pode trazer as crianças amanhã para passarmos jun-tos o Natal? Haverá boas coisas para comer, jogos e brinquedos.
 
Francisca: Obrigada, d. Susana! Será para nós um prazer. (Enquanto Susana larga o fone, mais uma batida na porta. Está lá um moço bem trajado). 
Susana: O senhor quer entrar? 

Moço rico: (Visível para o público). Eu queria somente dizer-lhe que estive no meu carro, do outro lado da rua, apreciando e admirando a sua árvore de Natal. Eu estou só no mundo. Sua árvore de Natal trouxe gratas recordações de Natal , do tempo que eu era menino. Eu tinha família e o Natal era tão ale-gre! Hoje tudo é diferente. Tenho muitas coisas, mas me sinto só... 

Susana: O senhor quer voltar aqui amanhã e curtir mais a beleza da minha árvore? Vamos Ter uma festinha com muitas crianças... o senhor poderá lembrar os seus velhos tempos... 

Moço rico: Obrigado. Farei de tudo para poder vir, será um prazer... (Ele sai e Susana continua na porta pensativa). Pôxa! Esse moço é o Sr. Eduardo. Ele é um dos mais ricos da cidade! Nem posso ima-giná-lo sozinho e triste no Natal! Mas eu sei que ele vai gostar da minha festa! (Toca o telefone e Susana corre para atender). Oh! Eu estou feliz por terem apreciado a minha árvore de Natal! Venha amanhã para a nossa festinha também, será um prazer! (Batem na porta) (Ela abre e conversa com alguém que está lá fora). Oh! Alegra-me imensamente saber que minha árvore é linda. Venha amanhã para a nossa festa. Haverá muitas coisas para comer, jogos, brinquedos, cânticos... Vamos Ter uma alegre e feliz com sua companhia! (Finalmente fica tudo quieto. Susana senta-se para descansar. Ouve-se um miado agudo fora. Susana corre para a porta). Bichana, você voltou! (Ela toma a gata no colo. Pode ser real ou de brinquedo e entra com ele em cena). Você resolveu voltar e curtir também os preparativos para o Natal? Vamos ter uma festa maravilhosa Bichana ! Agora vamos para a cozinha, procurar um petisco para você. Depois, vou começar a fazer os bolinhos para amanhã. Oh! Vou ter muito o que fazer nesta noite. Será que vou dar conta de tudo? Ah! Mas isso me deixa tão feliz! (Caminha em direção à porta dos fundo, como se fosse para a cozinha, com Bichana nos braços. De repente os sinos começam a tocar lá fora. Larga Bichana no chão. Volta-se e escuta reverentemente os sinos com o olhar fixo nas estrela de prata, no topo da árvore. Os sinos param de tocar). 

Susana: Hoje aprendi que o Natal é para todos. Até para aqueles que não tem família ou vivem so-zinhos. É para os ricos e para os pobres. É para os que tem saúde e para os doentes! Tudo porque cele-bramos o nascimento de Cristo, o menino que veio ao mundo para trazer paz e bênçãos a todos! Todos, sem distinção! O Natal é para todos! É para todos! 

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